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Atualmente, não basta o funcionário ser capacitado, falar idiomas e se relacionar bem com os colegas de equipe. Tem sido cada vez mais comum as empresas exigirem que eles tenham um espírito empreendedor, senso crítico apurado e que saibam inovar como se fossem proprietários dos negócios. Entretanto, o intraempreendedor, também conhecido como empreendedor corporativo, ainda encontra uma série de obstáculos para implementar novas ideias dentro das empresas, porque grande parte delas não sabe conduzir iniciativas e dar a autonomia necessária para o desenvolvimento de projetos inovadores.
Durante seminário sobre o tema, realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo, na última segunda-feira (14), Jay Rao, professor de tecnologia da Babson College, nos EUA, afirmou que as empresas precisam desenvolver a cultura da inovação, investir em pessoas criativas e não ter medo de falhar. "Infelizmente, as corporações não incentivam o lado empreendedor dos indivíduos porque para isso é necessário apostar em transformações e saber relevar erros de percurso. É comum ver boas ideias serem descartadas devido à insegurança do gestor", diz.
Marcos Hashimoto, consultor e coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper, diz que para criar a cultura de inovação em uma empresa deve-se estimular a tomada de risco e a criatividade, valorizar a autonomia , aprender a tolerar falhas e apostar na diversidade do time. "Os donos das empresas dizem que querem funcionários empreendedores, porém não estão preparados para lidar com a quebra de normas e nem com críticas aos modelos tradicionais de gestão."
A indústria de alimentos Arcor iniciou recentemente um programa de incentivo ao empreendedorismo corporativo. Segundo Manuel San Pedro, gerente de inovação corporativa da empresa, os funcionários têm sido constantemente estimulados a propor novas ideias para melhorar desde os produtos alimentícios até o ambiente de trabalho.
"Criamos uma premiação para iniciativas que rendem frutos concretos e em pouco tempo percebemos como as pessoas gostam de participar de mudanças e se sentem valorizadas quando contribuem. Além disso, qualquer empresa que deseja crescer, independente do porte, precisa investir em novidade, em gente antenada com o futuro e sem receio de arriscar. Isso faz com que o negócio passe por melhoras contínuas e esteja sempre à frente da concorrência."