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Depois das "Luízas", analogia que se prestou muito bem a definir as empresas visivelmente distantes da nova realidade trazida pelo Sistema Público de Escrituração Digital, entra em cena outro irresistível motivo para comparações instigantes. O recente e lamentável episódio envolvendo o vazamento na Internet de imagens privadas da atriz Carolina Dieckmann serve para lembrar o quanto todos nós estamos vulneráveis. As motivações do cibercriminosos são das mais variadas. Oscilam da competição pura e simples à busca frenética do lucro fácil, por meio de extorsões e afins.
Evidentemente, essa segunda classe de hackers é a real ameaça à espreita das organizações que hoje enviam milhares de dados diariamente às várias instâncias do fisco, informações muitas delas passíveis de se transformar em matéria-prima suculenta para práticas delituosas. Tecnicamente falando, um dos grandes vilões desta história são os chamados phishings, que em bom informatiquês significam o roubo de senhas e outros sigilos de usuários de e-mail, SMS ou sistemas de mensagens instantâneas. A técnica utilizada pelos golpistas ao utilizar tal expediente é iludir as pessoas por meio de correspondências eletrônicas com falsa identidade, aparentemente enviadas por autoridades ou empresas confiáveis, levando a vítima a digitar, candidamente, tudo que lhe peçam.
Imagine, então, uma empresa cair em golpe semelhante? Estaria fornecendo de bandeja seu cadastro de clientes, produtos, preços e informações tributárias. No mundo Pós-Sped, em que há mais de 800 mil empresas emitindo NF-e, e mais de 500 municípios já adotando também a Nota Fiscal de Serviços eletrônica (NFS-e), a prática de phishing vem crescendo. Milhões de empresas recebem diariamente algum tipo de ameaça em suas caixas postais eletrônicas, notadamente e-mails contendo um suposto documento fiscal cujo remetente solicita visualização e download a partir de falsos links para o Portal Nacional da NF-e ou alguma prefeitura. O ideal é que as companhias utilizem soluções especializadas para a troca de dados B2B, cercados de segurança e sigilo. Enquanto isso não ocorre, o jeito é pelo menos remediar, com a adoção de bons sistemas de segurança e antivírus.
Roberto Dias Duarte é administrador de empresas, escritor, palestrante sobre o Sistema Público de Escrituração Digital