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O investimento em inovação tem sido fator determinante para manter a competitividade das empresas. Aderir a novas tecnologias e acompanhar as tendências contribuem ativamente para aprimorar a produtividade, a qualidade da oferta, além de garantir resultados de negócios mais consistentes e lucrativos. Atualmente, a região Sul do Brasil vem se destacando no fomento à inovação.
De acordo com dados do índice FIEC 2020 e 2021, a região Sul é a que mais investe em inovação no país, e também ocupa o 1º lugar em infraestrutura, cooperação, intensidade tecnológica e empreendedorismo. O estudo aponta ainda que os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná ocupam hoje o 2º, 3º e 4º lugar dos estados mais inovadores do país, atrás apenas de São Paulo.
Inovação é aposta central para sustentar o desenvolvimento da região Sul
O avanço dos investimentos em PD&I é o grande motivador para o desenvolvimento da inovação no sul brasileiro. Para se ter uma ideia, Santa Catarina já vem, há muitos anos, atuando com hubs de inovação, mas apenas mais recentemente, nos últimos três anos, o estado passou a colher os resultados dessa aposta.
Atualmente, Santa Catarina conta com diversos hubs de inovação que fazem a conexão entre startups e indústrias. O objetivo dessas startups é justamente resolver os principais gargalos do setor industrial, algo que as companhias já compreenderam que agrega muito mais valor ao negócio. Ao invés de despenderem uma série de recursos para resolverem problemas específicos, as indústrias agora contam com startups, que entregam essas soluções de maneira mais prática, rápida e barata.
Historicamente, o Rio Grande do Sul sempre foi defasado em relação a outros estados mais atuantes em inovação, como é o caso de Santa Catarina. No entanto, esse cenário vem se transformando, tanto na capital como no interior, contando com forte apoio do governo estadual. Atualmente, a maioria dos hubs tem o patrocínio do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), um dos principais fomentadores de inovação tecnológica do estado. Esse movimento tem ajudado as empresas gaúchas a se conectarem cada vez mais aos conceitos de inovação e na maneira como podem aplicá-los nas diferentes áreas do negócio.
No estado, os setores industriais mais impactados até o momento são o de móveis, metalurgia e agronegócio. Nesse sentido, o fomento à inovação tem sido extremamente positivo para a economia e para as indústrias da região, que passam a ter produtos e serviços mais competitivos, contribuindo para que o estado avance como um grande player de negócios do Brasil.
Embora progredindo, a jornada de inovação no Rio Grande do Sul ainda enfrenta alguns desafios como o baixo entendimento sobre o que é, de fato, inovação. Tanto no setor industrial, quanto de serviços e varejo, é fundamental disseminar, cada vez mais, os conceitos de PD&I para que as organizações passem a enxergar o seu potencial de inovar e consigam captar recursos nas linhas de subvenção do governo federal ou do próprio estado para o desenvolvimento de novas iniciativas, abrindo um novo leque de oportunidades.
O papel estratégico dos incentivos e linhas de financiamento
Hoje, a região conta com linhas efetivas de financiamento, além dos incentivos fiscais disponibilizados pelo Governo Federal para projetos de inovação, como a Lei do Bem, por exemplo. Segundo relatório do BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – grupo que atende os estados da região do Sul do Brasil e o Mato Grosso do Sul -, nos últimos cinco anos foram financiados R$ 13,4 bilhões em projetos de diferentes setores no Sul.
As principais fontes de captação de recursos para a viabilização destes projetos foram o próprio BRDE, o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos, que é a grande fomentadora de inovação do país. Além disso, as linhas de financiamento InovaCred, InovaCred Conecta, InovaCred Expresso e InovaCred 4.0, têm sido opções eficientes para as empresas da região.
A utilização desses programas tem aberto caminhos importantes para viabilizar os projetos de inovação e para que a área de PD&I das organizações seja, de fato, um propulsor para o desenvolvimento empresarial. Ampliar o conhecimento sobre os incentivos e as diferentes opções disponíveis é a chave para o avanço, uma vez que possibilita uma jornada prática, alocando os recursos disponíveis em benefício das empresas.
Luciano Bulich é Especialista Comercial do FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).