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Após décadas de discussão, o sistema tributário brasileiro está prestes a passar por mudanças profundas, oriundas da Reforma Tributária aprovada na Câmara dos Deputados no início de julho. Embora o texto ainda esteja em tramitação no Senado – e deva sofrer ajustes por lá –, a expectativa é que o principal fator seja mantido: a substituição de impostos como PIS, Cofins e IPI pelo imposto sobre valor agregado (IVA), o que vai impactar não só os contribuintes, mas também os profissionais da contabilidade.
“Ainda temos muitas dúvidas e incertezas, mas toda transição demanda uma dedicação e estudo maior”, diz o contador Diogo Chamun, que integra o Grupo de Estudos da Reforma Tributária do Conselho Federal de Contabilidade. “A previsão é que a transição para o contribuinte seja de oito anos e, nesse caso, o profissional da contabilidade terá que apurar os tributos por dois sistemas.”
Conforme pontua Chamun, isso vai demandar, primeiramente, que os profissionais da área passem por capacitação para se adequarem ao novo modelo e estarem aptos a cumprir com as novas obrigações. O processo deve começar desde já, com o acompanhamento da tramitação do projeto, além de estudos e planejamentos que considerem as características e particularidades de seus clientes. “Apesar de o texto ainda estar sujeito a alterações, acho importante o acompanhamento do profissional da contabilidade para dar suporte aos clientes, pois esse é um tema de forte repercussão e gera apreensão aos contribuintes”, justifica Chamun.
Outro ponto é que as mudanças promovidas pela reforma vão exigir adaptação dos processos e sistemas contábeis. Assim, a categoria – e também aqueles que desenvolvem ferramentas para ela – precisa começar a repensá-los para fazer os ajustes necessários e adequá-los a esse novo modelo tributário. Dessa forma, quando as mudanças passarem a valer, os profissionais já terão à mão os instrumentos necessários para realizarem seu trabalho com sucesso.
Atuação estratégica
Embora o período de implantação exija um esforço maior dos contadores, a partir do momento em que a transição acabar e o novo sistema estiver em pleno funcionamento, a tendência é que os profissionais da área passem a atuar de forma mais estratégica junto a seus clientes e, assim, sejam mais valorizados do que são atualmente.
“Considerando um ambiente mais simplificado no cumprimento das obrigações fiscais, o profissional da contabilidade poderá voltar às origens e trabalhar mais para seu cliente e menos para o fisco”, afirma Chamun.
Sobre o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
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