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A recuperação judicial (RJ), que tem registrado pedidos crescentes no País, tem sido vista como uma saída simples e, muitas vezes, a mais viável para empresas com endividamento descontrolado e uma situação financeira crítica. Embora a recuperação judicial possa ser uma alternativa eficaz em situações severas, ela não é adequada para todos os casos de alta dívida.
Decidir entrar em RJ não é uma escolha simples, nem necessariamente a mais econômica para as empresas e seus proprietários. Na prática, observamos que empresas em recuperação judicial necessitam de esforços operacionais adicionais e de mais recursos financeiros para cobrir os custos não operacionais associados ao processo. Isso torna a gestão mais complexa, ou seja, a empresa terá que elevar seu patamar competitivo, tanto em relação aos concorrentes quanto ao seu desempenho passado.
Além disso, a experiência adquirida nos últimos anos mostra que, quando possível, a decisão mais assertiva é checar se é possível trabalhar uma reestruturação do negócio, antes de optar pelo pedido judicial.
A reestruturação empresarial é um processo fundamental tanto para as empresas que estão enfrentando dificuldades financeiras quanto para aquelas que precisam sair de uma situação de recuperação judicial. Esse processo oferece diversas formas de suporte e transformação que ajudam a restaurar a saúde financeira e operacional da empresa.
Adotar algumas ações como análise e ajuste do modelo de negócios, renegociação de dívidas, redução de custos e despesas, venda de ativos, remodelação da estrutura organizacional, fortalecimento das relações com credores e investidores, acesso a novos recursos e implementação de tecnologias e inovações ajudam a empresa a enfrentar diversos desafios e, até mesmo, superar a opção de RJ.
Exemplificando melhor as estratégias citadas, a reestruturação permite uma revisão detalhada do modelo de negócio da empresa. É preciso ajustar sua proposta de valor, modificar a estratégia de mercado ou até mesmo pivotar para novos produtos e serviços para se adequar melhor às condições atuais do mercado.
Como, ainda, é capaz de fazer a renegociação das dívidas com credores. Isso inclui a extensão dos prazos de pagamento, redução dos juros ou até mesmo a reescrita da dívida. O objetivo é criar uma estrutura de dívida mais sustentável que alivie a pressão financeira. Há diversos casos que vivenciamos na consultoria, nos quais os efeitos colaterais de uma RJ foram evitados.
Durante a reestruturação, a empresa identifica e implementa medidas para reduzir custos e despesas, como cortes em áreas não essenciais, redução de pessoal, otimização de processos e renegociação de contratos com fornecedores.
A empresa tem a opção de vender ativos não essenciais para gerar liquidez. Esses ativos podem ser imóveis, equipamentos ou outras propriedades que não são críticos para a operação principal do negócio.
A reestruturação inclui mudanças na estrutura organizacional da empresa. Isso pode envolver a reavaliação e reestruturação das equipes de gestão, a redefinição de funções e responsabilidades e a melhoria da governança corporativa.
Um plano de reestruturação bem elaborado ajuda a restaurar a confiança de credores e investidores. Mostrar um caminho claro e viável para a recuperação facilita o apoio contínuo dessas partes interessadas.
A reestruturação abri oportunidades para a empresa acessar novos recursos financeiros, seja através de investimentos, linhas de crédito ou parcerias estratégicas.
A empresa pode adotar novas tecnologias e processos para melhorar a eficiência e a competitividade, compreendendo a automação de processos, a adoção de ferramentas de análise de dados ou a inovação em produtos e serviços.
Enfim, a reestruturação empresarial envolve várias medidas estratégicas fundamentais para reorganizar e otimizar a operação de uma empresa, ajudando a superar desafios financeiros e a retornar para uma trajetória de crescimento e estabilidade.