Tel: 11 2645-1048
O setor industrial foi notável no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2024, registrando uma alta de 1,8%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse desempenho foi um dos motores que impulsionaram o PIB nacional, que cresceu 1,4% em comparação ao trimestre anterior.
Entre os subsegmentos industriais que contribuíram para esse resultado, destacam-se as atividades de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que cresceram 4,2%, além da construção civil, com 3,5%, e das indústrias de transformação, que registraram um aumento de 1,8%. Essas áreas se mostraram essenciais para o crescimento consistente da economia, refletindo um maior nível de investimento.
A expansão do setor foi observada por diversos empreendedores, que relataram uma demanda crescente por produtos e serviços. Adeilton Pereira, da ESSANTO, fábrica de móveis sob medida, notou um aumento significativo na produção nos últimos meses. "A demanda cresceu expressivamente no último trimestre, o que resultou em um pico de produção. Nossa fábrica, que já vinha crescendo a uma taxa de 35% ao ano, precisou intensificar as operações para atender às encomendas", comentou Pereira, ressaltando o impacto direto dessa recuperação no desempenho de sua empresa.
As razões para esse avanço estão ligadas a uma série de fatores, incluindo a melhoria nas condições macroeconômicas, a maior demanda por infraestrutura e o investimento em tecnologias que aumentam a eficiência produtiva.
A seguir, entenda as principais.
Aumento da demanda interna e externa
A crescente demanda tanto do mercado interno quanto externo impulsionou a produção industrial, inclusive no setor alimentício. Pablo Farias, CEO e fundador da Loucos por Coxinha, uma fábrica de salgados no Nordeste, observou esse movimento no último trimestre. "Notamos um aumento significativo nas encomendas, especialmente de grandes redes e distribuidores. Isso exigiu uma reorganização da nossa produção para atender tanto o mercado local quanto as exportações", destacou Farias. O consumo interno, somado ao aquecimento das exportações, gerou um cenário de maior atividade e produção no setor industrial.
Adoção de novas tecnologias produtivas
A modernização das linhas de produção e a adoção de novas tecnologias têm sido essenciais para aumentar a eficiência e a sustentabilidade das indústrias. No setor de cosméticos, Mauricio Cesar, CEO da Alona Laboratórios, que produz itens de beleza para o Grupo Unhas Cariocas, comentou sobre os avanços na empresa. "Temos adotado cada vez mais tecnologias que nos permitem desenvolver fórmulas seguras, sem perder de vista as iniciativas de sustentabilidade. Isso nos ajuda a entregar produtos inovadores e ambientalmente responsáveis", afirmou Cesar.
Expansão da infraestrutura nacional
O aumento dos investimentos em infraestrutura tem desempenhado um papel forte no crescimento do setor industrial. Projetos de grande escala, como novas estradas, pontes e edificações urbanas, têm gerado uma demanda significativa por materiais e equipamentos. A construção civil, em particular, tem sido um motor para a indústria, ao impulsionar a necessidade de produtos como aço, cimento e outros insumos essenciais.
Avanço das indústrias de base e transformação
As indústrias de base e de transformação têm mostrado um crescimento robusto, refletindo uma recuperação significativa em áreas chave da economia. Atividades como a produção de eletricidade, gás e água, bem como as operações de gestão de resíduos, são fundamentais para manter a infraestrutura e os serviços essenciais do país.
Vale ressaltar que as indústrias de transformação, que incluem setores como a fabricação de bens duráveis e não duráveis, têm contribuído para a diversificação da economia e a criação de empregos. Esses setores não apenas fornecem insumos para outras indústrias, mas também geram um efeito multiplicador, estimulando o crescimento econômico em diferentes áreas.