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Os empresários brasileiros foram pouco impactados pela crise internacional, segundo revela pesquisa realizada pela Deloitte. De acordo com o levantamento Panorama Empresarial 2012 – A visão dos empresários diante de cenários de instabilidade, divulgado na quinta-feira (8), os tomadores de decisão não sentiram a volatilidade mundial neste ano.
Para o sócio-líder da área de Corporate Finance da Deloitte e responsável técnico pela pesquisa, José Paulo Rocha, isso ocorre porque a relativa desaceleração econômica registrada na economia brasileira no terceiro trimestre ainda não produziu resultados significativos diretos nas empresas.
“Os impactos do cenário econômico são diferentes de acordo com o setor de atuação de cada empresa, incidindo muito mais sobre as indústrias manufatureiras e as organizações muito dependentes de exportações”, explica.
Impactos e dificuldades
Em um contexto de instabilidade internacional, os entrevistados indicaram que a pressão por preços menores foi o fator que mais recebeu reflexos desse cenário, segundo 47% das respostas. Já o segundo item mais apontado foi a necessidade de aumento de salário para seus funcionários (item assinalado por 39% dos entrevistados), que foi seguido pela negociação com fornecedores (26%).
Já em relação à preocupação dos executivos, a retenção de talentos seguiu como a principal dificuldade, com 54% dos entrevistados que avaliaram este como o principal desafio no ano. O item segue ainda no grau de importância dos próximos três anos, segundo 57% dos profissionais avaliados.
Outro também preocupante é a mão de obra qualificada, mencionada por 47% dos entrevistados - que contará com um programa intensivo de investimento e treinamento, se depender da maioria dos executivos entrevistados (66%).
Expectativas para 2012
Em 2011, o principal desafio para as empresas foi o gerenciamento de custos sem comprometer a qualidade de seus produtos e serviços, apontado por 58% dos respondentes. Contudo, para os próximos anos, despontam como principais desafios a concorrência, o retorno sobre o capital investido e o gerenciamento de custos.
"A previsão de crescimento e investimentos para os negócios dos entrevistados, em relação a 2012, e para os anos seguintes, é, de forma geral, moderada", revela o estudo.
A maior parte dos entrevistados (43%) também prevê um aumento moderado do número de empregados em 2012. Já 56% deles esperam uma certa estabilidade nos próximos três anos, além de uma projeção moderada de investimentos.
A pesquisa
O estudo realizado em novembro avaliou a opinião de 456 empresas e foi respondido por presidentes, CEOs, superintendentes, diretores e gerentes.