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Que a uberização é certa, não tenho dúvida, mas todos me perguntam quais os setores serão uberizados primeiro. Vamos procurar critérios para desenvolver um “uberometrômetro“.
Primeiro, é preciso entender que o que chamamos popularmente de Uberização é a chegada do novo modelo de Administração 3.0, a Curadoria, que tem como objetivo reduzir o espaço dos gerentes e colocar inteligência artificial no lugar, pois aumentamos demais a complexidade demográfica e a gestão (coordenada por gerentes) ficou obsoleta.
Tal etapa já ocorre lentamente de determinados setores para outros. E atingirá primeiro a forma como as pessoas são admitidas, promovidas e demitidas das plataformas.
E, aos poucos, vai introduzir a Inteligência Artificial para resolver problemas cada vez mais complexos.
Tudo caminha para um processo, pela ordem, primeiro de descentralização de mídia e depois de distribuição de decisões.
A base para construir, assim, o uberometrômetro é um misto de quebra de barreiras, no avanço da nova cultura, de complexidade (com o aperfeiçoamento das tecnologias) confiança (aculturamento na mesma) e novos marcos legais (que permitam o avanço das duas primeiras).
Podemos dizer que quanto mais complexo for o processo para resolver determinado problema (serviços), com mais gente envolvida que demande supervisão e coordenação para produção (produto), mais tempo demorará para ser uberizado.
Além disso, quanto mais riscos houver de falhas, mais tempo as pessoas demorarão em acreditar no novo modelo. E, por fim, quanto mais estiver protegido por barreiras legais, que impedem a inovação.
E vice-versa.
Quanto mais simples, menos risco e menos protegido legalmente tiver processo de determinado serviço ou produto, mais rápido se dará a uberização.
Assim, agentes individuais que resolvem problemas e produzem de forma isolada serão os primeiros a serem (como já estão sendo) pela onda da uberização.
A Uberização 1.0 não muda a forma como os processos e produtos são feitos, mas altera, pela ordem:
— a relação trabalhista – saindo do patrão-empregado para fornecedor-plataforma;
— os critérios do mérito – quem é promovido, quem sai e como se entra, através da reputação permanente e histórico das vendas.
Na segunda etapa, que podemos chamar de Uberização 2.0, iniciamos mudança do próprio processo, permitindo a coordenação de rotinas mais complexas sejam atingidas, eliminado gerentes e coordenadores:
— uso intenso de inteligência artificial – modelo que permite, como é o caso do Uber Pool (viagens compartilhadas) a tomada de decisões por algoritmos complexos.
(Podemos dizer que a Uberização 3.0 será feita por sistemas não centralizados, como é o caso do Bitcoin, utilizando-se do modelo P2P, no qual não haverá uma plataforma central, chegando-se ao ápice da descentralização e da distribuição).
Podemos dizer que a área de serviços individuais, varejo de baixa complexidade e produtos que não exigem processos complexos serão os alvos primeiros da uberização.
O sistema financeiro pode ser atingido por essa fase, tendo como fator de demora o risco envolvido.
Tais áreas existem aos montes dentro das organizações tradicionais e podem ser as primeiras a serem uberizadas, no processo de migração da Administração 2.0 (Gestão) para a 3.0 (Curadoria).
(A Curadoria é o nome científico da Uberização.)
O uberometrômetro aponta na direção irreversível da Uberização do mais confiável e menos complexo para o menos confiável e mais complexo.
É isso, que dizes?