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Estudar neurociência parece ser uma atividade distante, reservada apenas para biólogos, químicos ou psicólogos. Porém, entender como nossos neurônios funcionam é importante não apenas para fins científicos – mas também para que aproveitemos o melhor de nós mesmos.
A busca pela excelência por meio do estudo da mente é importante, inclusive, quando se fala em empreender e inovar. Afinal, boas ideias são, em sua essência, sinapses.
O especialista Rubens Paes Barreto deu uma palestra no Google Campus sobre o poder da neurociência para a inovação. Ele é sócio-fundador do Deep Learning Institute, um instituto que prepara empresas e pessoas para enfrentar desafios por meio de técnicas como mapas mentais e scrum. Veja também: A ContaAzul te dá 6 dicas para praticar inovação em qualquer tipo de negócio Patrocinado
Veja, segundo o especialista, algumas armadilhas preparadas pelo seu cérebro que podem acabar com sua capacidade de ter ideias geniais:
De acordo com Barreto, nossa cabeça é uma “máquina de resolver problemas”. Você pode escolher para qual atividade direcionar a energia que faz tal máquina funcionar.
“O que eu vejo nas minhas consultorias é que muita energia é desperdiçada em atividades fora do grande objetivo de quem eu atendo. Aplicativos, conversas sem sentido, programas de televisão, redes sociais e, principalmente, resolver o problema dos outros”, diz o especialista.
Ele cita um exemplo comum em empresas: o funcionário que diz ter de resolver algum problema pelo qual seu colega ou outra área da empresa está passando. “Muita gente busca ter mais foco, e uma grande dica é decidir a quem ou a quais tarefas você não vai dar atenção.”
Por isso, pegue um papel e escreva atividades em que você gasta tempo, mas não têm nada a ver com seu projeto de inovação. O que você poderia parar de fazer hoje para aumentar seu foco? O primeiro passo para a inovação é se concentrar e ter persistência nas suas metas.
Para justificar um comportamento, as pessoas costumam criar histórias. Por exemplo: preciso acordar cedo porque tenho de ir trabalhar. Com isso, posso conhecer novas pessoas e obter uma renda que sustente futuros projetos.
Porém, o outro lado da moeda é criar histórias para deixar de ter um comportamento – como não inovar. “Eu não inovo porque preciso comprar servidores para montar meu sistema de big data“; “eu não inovo porque meu chefe não me apoia”; “eu não inovo porque tenho uma multinacional e a matriz não permite”; “eu não inovo porque não tenho tempo nem dinheiro.” Saiba mais: A Hekima conta tudo o que você sempre quis saber sobre Big Data Patrocinado
“Cuidado para que essas histórias programadas não sejam, no fundo, mentiras para mantê-lo em sua zona de conforto”, alerta Barreto. Apenas desacreditando nos contos de sempre é que você poderá se abrir para a inovação.
Cada atitude que você decide tomar é, no fundo, resultado de um conjunto de sinapses – transmissões feitas entre neurônios.
Um hábito é justamente ter esse “caminho neural” consolidado, com o objetivo de conservar sua energia mental diária – acordar e fazer o café de manhã todos os dias, por exemplo. Segundo Barreto, é como passar uma corrente elétrica de um ponto A para um ponto B do seu cérebro de forma aparentemente automática.
Para inovar, é preciso construir caminhos diferentes. O preço a se pagar para a formação dessas novas conexão neurais é chamado de “energia de ativação” pelo especialista. É por conta do custo de ativação dessa energia que as pessoas demoram para tomar atitudes: falta a motivação para tal esforço, e você precisa encontrá-la se quiser ter ideias.
“O fato é: quanto vale a pena essa inovação que você quer fazer? Como ela traz benefícios reais aos seus valores e ao mundo, a ponto de você acordar todas as manhãs e querer tomar as atitudes que levarão a essa inovação?”, questiona Barreto.