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Os comerciantes brasileiros ficaram ligeiramente menos otimistas em maio, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Após quatro meses de altas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 0,2% em relação a abril, já descontadas as influências sazonais.
O índice ficou em 106,9 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Na comparação com maio de 2023, o Icec recuou 1,4%.
Na passagem de abril para maio, dois dos três componentes do Icec registraram expansão. O componente de avaliação das condições atuais caiu 2,1%, para 79,9 pontos, com recuos nos itens economia (-2,3%), setor (-2,1%) e empresa (-2,1%).
"O indicador referente à confiança nas condições atuais da empresa (97,1 pontos) alcançou o menor nível desde julho de 2021, passando a revelar uma insatisfação dos varejistas com seus negócios, o que não acontecia desde dezembro do ano passado", destacou a CNC.
O componente das expectativas aumentou 0,2% em maio ante abril, para 139,5 pontos, com melhora nos quesitos economia (0,1%) e empresa (0,4%), mas estabilidade no quesito setor (0,0%). "Apesar de tímido, o aumento indica que há esperança dos varejistas na melhoria das condições econômicas nos próximos meses", avaliou Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, em nota oficial.
O componente das intenções de investimentos cresceu 0,9% em maio ante abril, para 101,5 pontos, com expansão nos itens contratação de funcionários (1,9%) e estoques (1,1%), mas queda no quesito empresa (-0,4%).
"O fator positivo foi o aumento da intenção de contratação de funcionários, principalmente, dentre os empresários de bens semiduráveis", frisou a CNC. "A maior parte dos empresários pretende aumentar seu quadro de empregados (63,7%), o maior porcentual do ano, o que mostra que os resultados positivos, observados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), devem continuar."
A entidade avalia que os comerciantes estão atualmente mais cautelosos em relação às expectativas do mercado de crédito, com as perspectivas de cortes mais brandos na taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.
"Ao contrário dos consumidores, eles não estão conseguindo ajustar os orçamentos das empresas, uma vez que a inadimplência destas permanece acima do nível observado no ano anterior, aumentando de 2,4% para 3,2% entre março de 2023 e 2024, encarecendo seus custos e dificultando o acesso a novos recursos. O saldo da carteira de crédito com recursos livres das pessoas jurídicas apresentou recuo de 0,7% no primeiro trimestre de 2024", citou a CNC.