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A maioria dos empresários gaúchos ainda não tem a preparação necessária para atender aos turistas que podem chegar ao Estado para ver os jogos da Copa do Mundo. Essa foi uma das conclusões apresentadas pelo projeto Sebrae 2014 nesta terça-feira, durante um talk show sobre tendências de consumo e meios de pagamento dos visitantes do Mundial. O objetivo do evento foi orientar empreendedores com dados e informações para que entendam os torcedores das oito nações que estarão em Porto Alegre para ver os jogos.
Para a coordenadora do projeto Sebrae 2014 no Rio Grande do Sul, Amanda Paim, existem empreendedores nos mais diversos estágios de preparação para a Copa do Mundo. Afirma que alguns fizeram reformas para abrigar os turistas, restaurantes traduziram cardápios, mas outras não fizeram nada. “Ainda tem tempo de fazer algumas coisas. Qual a forma criativa de se comunicar com este cliente? O que é preciso saber quando recebe um destes turistas e o que deve fazer para atender da melhor forma possível”, observa.
Amanda estima que metade dos empresários não se engajou para o evento. Muitos deles por uma questão filosófica de que a Copa não representa a importância que tem. “Copa do Mundo é jogo de futebol, não são os problemas do País. Acredito que muitos empresários se vestiram de cidadãos e perderam a oportunidade do evento”, analisa.
A analista em relações internacionais e consultora do Sebrae, Sara Albrecht, mostrou fatos e curiosidades relacionados às culturas dos estrangeiros que deverão frequentar Porto Alegre no período dos jogos. Informou também que, durante a Copa das Confederações, foi realizada uma pesquisa de campo com consumidor oculto, onde alguns dos colaboradores foram até os pontos de venda e se passaram por estrangeiros. O resultado, conforme a especialista, foi de uma maioria ainda despreparada na hora de lidar com os clientes. “Há um bloqueio diante dos turistas estrangeiros. Além disso, muitos não tinham informações se o local aceitava o pagamento em dólar”, salienta.
De acordo com Sara, um dos grandes problemas enfrentados pelos comerciantes é a falta de percepção sobre o que pode representar a Copa para os negócios. Ressaltou que existe uma falta de Brasilidade em relação ao atendimento. Dá como exemplo lojas de bijuterias que se preocupam mais em vender adornos em verde e amarelo do que uma medalhinha de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. “Isso é a brasilidade que eu não estou vendendo, e as pessoas pecam isso. É preciso em alguns casos convidar o turista a participar de uma experiência tipicamente brasileira”, reforça.
Durante o talk show, foi apresentada uma cartilha para orientar os empreendedores com dicas sobre a cultura de consumo dos visitantes de países cujas seleções terão jogos em Porto Alegre (veja algumas dicas no quadro). “A ideia é fazer o empresário conhecer este público e ajudar o empresário na hora H. A cartilha tem também expressões traduzidas que podem ajudar o empresário na hora que estiver recebendo este consumidor”, explica Sara.